terça-feira, 5 de maio de 2009

O Cinema no Ensino da História

No dia 8 de Maio, às 17h30, começa a primeira sessão do curso O Cinema no Ensino da História.

Este espaço servirá para que os participantes critiquem as sessões, recebam links e façam propostas de actividades.

Bom trabalho e bom curso!

3 comentários:

  1. Adorei ver os excertos dos “Loucos anos 20 “, deliciosos. Agradecer-vos especialmente a escolha da “Arca russa” que me levou a encontrar no you tube uma peça lindíssima “Spiritual Voices” também de Sokurov neste caso uma única imagem e o tempo todo a passar, não percam (pode servir para falar de Mozart, da música….)
    Pilar

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  2. O pesadelo de Darwin
    A frase que o guarda-nocturno diz “A gente tem esperança numa guerra” parece-me que ilustra bem o total sem sentido de esta como de outras realidades similares que lamentavelmente não tem fim
    Os documentários tem a virtude de mostrar implacavelmente conflitos aos que dificilmente teríamos acesso por outros meios mas sabemos que o seu impacto é breve e estéril quase sempre e que a informação não gera automaticamente acções no sentido de opor resistência a estas atrocidades
    Da escola resta-me a lembrança de aqueles mestres que transgrediram os programas e me colocaram questões à margem obrigando-me a olhar o mundo desde outros pontos de vista por eles entendo o ensino como o mais generoso dos ofícios
    É por este motivo que acho não resistiria a opor a este documentário no contexto de uma aula um outro filme utilizando como ponto de partida para a reflexão uma questão que o Marquês de Custine coloca na Arca Russa “como é que se pode saber em que se tornarão os homens”com o objectivo de eliminar o distanciamento e a cumplicidade que simultaneamente o cinema gera (neste caso pensamos que gente do pior como se nos naquelas circunstâncias fossemos necessariamente a ser exemplares)
    Para construir qualquer coisa de melhor acho imprescindível perceber que todo o pior pode estar em nos dependemos fatalmente da nossa capacidade para opor resistência às circunstancias e é preciso estar muito atento a elas para nos as deixar tomar o controlo das nossas vidas
    Sabemos por exemplos da nossa história recente que a prosperidade e paz podem transformar-se num instante num pesadelo atroz como esses outros pesadelos que vemos nos documentários
    Este enfoque para mim imprescindível precisaria de mais uma sessão de cinema na que caberiam muitos filmes a minha escolha seria Crash de David Cronenberg que ilustra bem essa nossa condição humana
    Em soma uma aula de choque para ganhar humildade e reflectir a propósito da nossa insignificância e da incapacidade que como espécie temos para modificar substancialmente a nossa história
    Pilar

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  3. Ladrões de Bicicletas – Vittorio De Sica

    Obra-prima do Neo-realismo Italiano e galardoado com o Óscar do melhor filme estrangeiro do ano, “Ladrões de Bicicletas” é um filme brilhante. Quem o vê, fica imerso num tempo muito duro, da Itália do pós-guerra. São os confrontos económicos e sociais que se vivem numa Itália em reconstrução, com obras públicas, desemprego, o pequeno roubo a ganhar na luta pela sobrevivência, o desespero e a humilhação de um homem que em busca da sua bicicleta, tem esperança numa vida melhor. O seu filho acompanha-o nesta incessante tarefa. É um “menino-adulto” que assiste dolorosamente ao vexame do pai, quando este soluciona o problema tentando furtar uma bicicleta. Há uma frase no filme que condensa a sua fragilidade perante a dura realidade da vida e que sempre me comoveu. A cena do pai e do filho a dirigirem-se a um restaurante e o pai anuncia: - “ Para quê matar-me de preocupações se já estou morto”. É o fim das suas esperanças.

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